sábado, 20 de fevereiro de 2010

Nossa novela.


Eu o observava todas as noites da janela do meu quarto. E via ele no jardim de sua casa, cantando e brincando com seu cachorro. Ele parecia uma criança e vê-lo assim pra mim era muito estranho, logo eu que o via todas as manhãs de terno e gravata parecendo ser tão sério e tão adulto. Era realmente muito estranho pra mim, mas admito que eu amava vê-lo assim, como uma criança que não queria saber mais de nada além de suas canções e do seu cachorro.
Até que um dia ele parou de cantar e de brincar com seu cachorro e eu não entendi. Cheguei a pensar que tudo voltaria ser como antes, mas não ele parou de vez. Ficava sentado no gramado olhando para o céu, sem se quer cantar. Eu já não queria mais ficar ali na minha janela olhando para ele, pois eu não agüentava vê-lo daquele jeito. Eu precisava vê-lo cantar, brincar com seu cachorro, sorrir. Mas ele não fazia isso, e a única solução que encontrei pra eu não sofrer foi fechar a minha janela, fechar meus olhos e meu coração. E essa solução me doeu muito.
Até que um dia cheguei do meu trabalho e fui para meu quarto e não sei por que eu abri minha janela. Acho que eu senti que ele estaria de volta. Levei um susto ele tava na minha janela olhando para mim. E eu sem entender nada sorri para ele e ele me devolveu com um sorriso maior ainda. Daí eu entendera que eu era a telespectadora e ele era o ator e o autor de minha vida, e que aquele dia havia sido o ultimo capitulo da nossa novela.


- Miliane Pinheiro.

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